O dia

E chegou o dia. Foi a vez de nós, cinco raparigas do 12º ano, nos tornarmos professoras por um dia. Claro que houve coisas que correram mal, ou pelo menos de forma diferente, e que nos colocaram os nervos em franja. Mas acabou por correr tudo pelo melhor e acreditamos que o nosso projecto foi muito produtivo, não só pela opinião de alunos e professores, como também numa perspectiva de realização pessoal, da nossa parte.

As bancas ficaram do nosso agrado e procurámos expor os nossos objectos da forma mais lúdica e interessante possível, como se observa nas fotografias aqui colocadas. A Daniela levou o seu mapa da Península Ibérica, as suas espadas e as suas imagens do D. Afonso Henriques. A Susana levou as suas especiarias, o seu globo enorme, o seu mapa antigo, a sua caravela e a sua bússola, para além de imagens relacionadas com os Descobrimentos. A Ana levou areia, imagens relacionadas com o Período Filipino, um power point com informações giras e inúmeros jogos para os alunos. A Cláudia levou armas, imagens da Instauração da República, livros sobre o mesmo tema, uma bandeira e o hino de Portugal. A Raquel levou imagens do 25 de Abril, uma espingarda de brincar, cravos de papel e um livro escolar antigo. Todas as alunas tiveram ainda, junto às suas "bancas" e nas suas salas, para o caso da Ana e da Raquel, os seus "bonecos", os desenhos das figuras relativas aos temas dados, que tinham sido colocados uma semana antes na escola primária.

O desafio era ensinar História de Portugal a crianças (ou pequenos adultos) do 4º ano. Foi a isso que nos propusemos no início deste ano lectivo e foi isso que realizámos hoje, no nosso produto efectivo. Realizámos ainda gravações e gravámos os momentos em fotografias, para posteriormente mostrar à comunidade escolar, já que esta não esteve presente e a professora da disciplina apenas conseguiu assistir a uma parte da exposição / aula.

Deparámo-nos com pequenos génios, com pequenas pestes, com rapazes e raparigas que pareciam os mais simpáticos e interessados do mundo e outros que nem por isso. Procurámos ao máximo interagir com eles, fazer com que aprendessem um pouco mais do que o que tinham aprendido nas aulas, e sobretudo fazer tudo isto de forma interactiva, provocando um contacto com objectos, imagens e histórias que se apresentassem, aos seus olhos, mais divertidas e fáceis de apreender.

No geral, correu como estava previsto. Nem sempre conseguimos dizer tudo da mesma forma, incluir nas nossas "apresentações" os mesmos factos e as mesmas palavras que integráramos nas anteriores. Afinal de contas, repetimos oito vezes a mesma aula, o que é bastante para um dia. Estamos cansadas, com dores no corpo e sem cabeça para pensar em coisas muito complicadas. Mas valeu a pena. Sentimos que demos o nosso melhor, que todo o nervosismo não se justifica porque, na verdade, nos sentimos mais realizadas do que nunca. E, só por isso, já valeu a pena todo o trabalho que tivemos a preparar este produto.